
Meu compadre Eurico mudou-se.
Se eu fosse poeta como ele lhe faria um poema
cujo título seria Elegia da Partida.
Dona Iolanda ainda lhe deu um pote com camarão ao molho de côco,
dizendo, meio chorosa:
"Leve pro senhor tomar uma quando chegar no Recife."
Hoje minha postagem não podia ser outra,
pois meu vizinho e compadre deixou a sombra das mangueiras, a bodega do véio, a baiúca da Selma,
e o poço antigo em que se diz que o holandês bebeu água;
o meu compadre deixou o Sítio das Quintas,
esse pedacinho da "terra mais garrida",
fincado no Horto del Rey.
Disse-me ao se despedir: vou voltar, sei que ainda vou voltar.
Ecoou em minh'alma a canção para um exilado, do Chico:
Vou voltar,
sei que ainda vou voltar
para ouvir cantar uma sabiá...
Volta, compadre, volta sempre, nem que seja de visita!
E olha que domingo, dia 04 de maio, é o aniversário de Dona Iolanda,
a matriarca do sítio.
Não me vá faltar, hein!
Fonte da img:
2 comentários:
partidas são sempre dolorosas - especialmente pra quem fica. acredito que seu compadre não partiu. partiu sua parte material, esta que levou junto o camarão com coco de dona Iolanda (deu uma vontadezona de provar!!!!). no domingo ele estará de volta, em outros dias tb. e tenho uma leve desconfiança que mais dele ficará no Sítio dos seus encantos, viu? rs...
beijo compadre!
vou voltar, sei que ainda vou voltar, rumo ao sabiá... e oxalá possamos voltar principalmente quando saímos, que possamos trazer a volta nas voltas de nossas artérias e que a volta, mesmo sendo ida, seja o espalhamento de nossos antes, as amizades, os gestos, os carinhos, os abrigos, o sabor, o olhar, os temperos de nossos antes, em nossas líricas presenças de conhecer-nos e nos experimentar, de viver com... e que a ida seja ondas de voltas pelo mundo do agora e do depois, e assim possamos voltar novamente, cheio de novas voltas e novas idas, biodiversificando nos abraços.
prazer em conhecê-lo, e obrigado pela visita...
meu abraço,
luis de la mancha
Postar um comentário