(meu Sítio fica situado no declive daquela colina)
***
O mito é uma epifania do imaginário irrompendo na realidade.
******************* João de Jesus Paes Loureiro
Foi o Matheus Kunz, desde lá da distante Copenhague, quem me chamou a atenção definitivamente para a força da paisagem do Sítio d’Olinda. E também para a força da paisagem de qualquer lugar do planeta.
É preciso contemplar Olinda com os olhos da alma. Essa é a perspectiva lírica de quem escreve, de quem pinta, de quem faz canções.
No entanto, essa apreensão do mundo circundante, a apreensão lírica, não é privilégio do artista, mas é também do homem comum, seja nativo ou visitante, e, principalmente, da criança que em nós habita.
******************* João de Jesus Paes Loureiro
Foi o Matheus Kunz, desde lá da distante Copenhague, quem me chamou a atenção definitivamente para a força da paisagem do Sítio d’Olinda. E também para a força da paisagem de qualquer lugar do planeta.
É preciso contemplar Olinda com os olhos da alma. Essa é a perspectiva lírica de quem escreve, de quem pinta, de quem faz canções.
No entanto, essa apreensão do mundo circundante, a apreensão lírica, não é privilégio do artista, mas é também do homem comum, seja nativo ou visitante, e, principalmente, da criança que em nós habita.
Só a criança esmaga o nariz na vidraça, e mergulha fundo na paisagem.
Pois bem, é da paisagem que surge a compreensão inicial da realidade. E essa leitura, dizia Cassirer, é uma compreensão mítica. Por isso, considero que a paisagem deve ser a mãe de todos os mitos.
E é a isso o que me leva a percepção do Matheus, desde lá do outro hemisfério:
O mito nasce da paisagem que nos envolve, que nos acolhe, ou mesmo a que nos assusta, como as cataratas e os vulcões.
Descubro também que o poeta, como uma criança na janela do trem, apreende líricamente a realidade, fazendo dela irromper o imaginário.
Só para ilustrar o que digo, vejamos um poema do Niemeyer, o poeta/arquiteto:
Pois bem, é da paisagem que surge a compreensão inicial da realidade. E essa leitura, dizia Cassirer, é uma compreensão mítica. Por isso, considero que a paisagem deve ser a mãe de todos os mitos.
E é a isso o que me leva a percepção do Matheus, desde lá do outro hemisfério:
O mito nasce da paisagem que nos envolve, que nos acolhe, ou mesmo a que nos assusta, como as cataratas e os vulcões.
Descubro também que o poeta, como uma criança na janela do trem, apreende líricamente a realidade, fazendo dela irromper o imaginário.
Só para ilustrar o que digo, vejamos um poema do Niemeyer, o poeta/arquiteto:
Não é o ângulo reto que me atrai.
Nem a linha reta, dura, inflexível,
criada pelo homem.
O que me atrai é a curva livre e sensual.
A curva que encontro
nas montanhas do meu país,
No curso sinuoso dos seus rios,
Nas ondas do mar,
Nas nuvens do céu,
No corpo da mulher preferida.
De curvas é feito todo o Universo.
O Universo curvo de Einstein.
Oscar Niemeyer
Nesse texto está um exemplo de apreensão lírica da realidade. A leitura de Niemeyer está fundada numa experiência poético-intelectual, que pode ser vivida por qualquer um de nós. E é maravilhoso descobrir que a cidade de Brasília é a concretização dessa visão de mundo. Brasília tem uma origem mitopoética, como costuma dizer o meu compadre Lula Eurico.
A mesma origem tem Olinda ou Copenhague. Depende dos olhos de quem vê...
Essas são as reflexões a que me levou o amigo Matheus, nessa manhã fria do inverno d’Olinda, não tão fria como a distante Copenhague, cidade em que a família Kunz fez seu ninho e de onde a Ilaine abre, delicadamente, o seu Baú de Espantos. Dali contemplam, via internet, essa bela imagem da verde e exuberante colina da Sé .
Essa postagem é dedicada ao Matheus Kunz, filho da amiga Ilaine.
(Dedico também ao meu compadre Eurico,
que deve estar morrendo de saudade
dos passeios vespertinos pelo Sítio d'Olinda).
***
Visitem o site abaixo e vejam mais imagens d'Olinda:
http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=204749
http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=204749
6 comentários:
Oi, Carlinhos!
Eu sou o Matheus. Obrigada por esta homenagem. Olinda eu achei uma cidad muito bonita. A gente andou por tudo aí.
Um abraço
Matheus
Amigo!
Nossa estou super emocionada por homenagear Matheus. Obrigada por isto. Achei muito lindo o teu texto e o poema de Niemeyer.
Matheus tem 14 anos e é um grande leitor. Em termos de literatura infantil e infanto-juvenil leu praticamente tudo. Aí tu imaginas como estou feliz. Ele nasceu no RS e é muito brasileiro. É o seu país!
Carlinhos, obrigada por tanto carinho
Abraço
Ilaine
Eu é que agradeço a visita de vcs. Serão sempre bem vindos. E ao Matheus agradeço pelo insight que me abriu os olhos para a paisagem em minha volta.
Abraço fraterno.
Carlinhos do Amparo,
Seu sitio é abrigo da palavra certa e que vibra, espio com olhos na vidraça, e me encanto , e revisito Olinda por seu olhar -magia.
Obrigada por sua visita ao palavras do ventre. nanamerij
Obrigadão, Nana. Bom te ver por aqui.
Belo enquadramento para o harpsichord...
Um abraço
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