"E quando a festa já ia se aproximando, como explicar a agitação que me tomava?
Como se enfim o mundo se abrisse de botão que era em grande rosa escarlate.
Como se as ruas e praças do Recife enfim explicassem para que tinham sido feitas.
Como se vozes humanas enfim cantassem a capacidade de prazer que era secreta em mim.
Carnaval era meu, meu."

(Clarice Lispector )







domingo, 28 de dezembro de 2008

Feliz Ano Novo!!!



Nós que fazemos o Sítio D’Olinda desejamos aos nossos Amigos um


FELIZ 2009!!!

E que o Ano que está para nascer seja repleto de muita Luz, Paz, Saúde, Amor, Fé, Benção, Prosperidade, Sucesso, Pureza, Amizade, União, Força, Harmonia, Igualdade, Benevolência, Perdão, Conquistas, Sonhos, Felicidade, Realizações, Esperança, Força, Amigos, Liberdade, Desafios, Solidariedade, Estima, Confraternização, Sinceridade, Respeito, Alegrias, Humildade, Gratidão, Paz de Espírito, Equilíbrio, Paciência, Sabedoria...


Que Deus Ilumine e Abençoe a Todos Vocês e Seus Familiares!!


terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Brincantes III

Espetáculo popular (auto ou drama pastorial) pertencente ao ciclo natalino, é apresentado, ao ar livre, no período entre meados de novembro e o dia de reis, a 06 de janeiro. O espetáculo é representado com o público de pé, formando um círculo. O boi, personagem principal, é feito de uma armação de madeira coberta de pano colorido e enfeitado. Uma pessoa fica dentro do boi, pulando, dançando e avançando sobre o público. Durante a encenação o boi, morre e ressuscita. A interjeição "bumba" significa "pancada, estouro, queda", de forma que o termo que denomina o espetáculo equivale a "bate, chifra, meu boi".

Os personagens do espetáculo são classificados em três categorias: humanos (Os femininos são representados por homens travestidos. O Capitão é o comandante do espetáculo. Há também Mateus e Catirina, personagens bastante conhecidos que apresentam os bichos, cantam e dançam de forma engraçada, divertindo muito o público. Catirina é uma negra, muito desinibida que em alguns bumbas é a mulher de Mateus. Fazem parte ainda do elenco: Bastião, a pastorinha, a dona do boi, o padre, o doutor, o sacristão, Mané Gostoso, o Fanfarrão); animais (Burrinha, Ema, Cavalo-Marinho, Boi, a cobra, o pinica-pau); e fantásticos, entre estes o Diabo, o Caipora, o Morto-Carregando-o-Vivo, Babau, e o Jaraguá.

O enredo é que não muda em todos os bumbas-meu-boi. O boi da pastorinha se perde e ela sai a sua procura pelos arredores e vai encontrando os vários personagens. No final o boi é sempre morto e ressuscitado, e com a morte dele se canta a seguinte lamentação, muito conhecida de todos:
O meu boi morreu
Que será de mim?
Manda buscar outro
Ô maninha, lá no Piauí



domingo, 21 de dezembro de 2008

Olinda para o Mundo


Não poderia deixar de registrar:

O diretor Guel Arraes chega com sua trupe a Pernambuco em janeiro para iniciar, no dia 20, as filmagens em Olinda da adaptação para o cinema da peça teatral O bem-amado.

Inicialmente, Guel Arraes havia escolhido a Paraíba, onde realizou Romance, sua obra mais recente para o cinema. Mas a situação de instabilidade política do atual governador Cassio Cunha Lima, que pode ter o mandato cassado, levou a produção a escolher como cenário para as filmagens o Estado de Pernambuco, que é governado por Eduardo Campos, sobrinho do cineasta.”


Maiores informações no JC (Jornal do Commercio).

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Brincantes II

O Cavalo Marinho é uma dança cheia de detalhes (cheia de melindres), porém bem menos popular que o maracatu.
Ao longo dos anos tem sido perceptivel que o ‘desaparecendo’ Cavalo Marinho (assim como o Pastoril).



As apresentaçãos estão se tornando cada vez mais raras. Algumas escolas procuram manter a tradição do Ciclo Natalino e fazem apresentações destes Brincantes nas festas de final de ano, o que é ótimo para a cultura popular pernambucana e para nossas crianças que cada dia que passa se distanciam do popular e se tornam mais próximas da modernidade (computador, video games, cariinhos de controle remoto...).

Mas não é apenas por estar ‘fora da moda’ que o cavalo-marinho tem mais dificuldades em se manter. Algumas características do folguedo também interferem nisso: a ‘orquestra’ apesar de não precisar de muitos músicos utiliza instrumentos como a rabeca, ganzá, pandeiro e reco-reco que são instrumentos que não chamam tanto a atenção dos jovens como os bombos, tarol, alfaia e outros instrumentos de percussão.

Outro fator que influencia também é a época ou ciclo que acontecem as apresentações, de julho ao Dia de Reis (principalmente na época do Natal), enquanto os maracatus são apresentados o ano inteiro.

Sem falar que a dança exige muito das pessoas, já que, é bem diferente do maracatu. No Cavalo Marinho os passos são rasteiros para levantar poeira e intercalados com saltos rápidos e vigorosos. As sambadas varam a noite, uma apresentação completa dura nada menos que oito horas, sem intervalos. A apresentação é intercalada com a participação do público e de todos os participantes e a entrada dos personagens. Geralmente, 21 componentes são o suficiente para encarnar todos os personagens.



O Cavalo Marinho, como o Bumba-meu-boi, é uma aglutinação dos Reisados. Ao longo do espetáculo são agrupados cantos, loas, personagens e parte do Boi de Reis. É um verdadeiro auto popular que fala da vida passada e presente do povo. Uma tradição popular que vem se mantendo viva, principalmente durante o ciclo natalino. Não há como ficar indiferente à apresentação desta brincadeira de origem portuguesa e que fincou suas raízes nos costumes do povo da Zona Norte de Pernambuco. Tudo nos leva a achar maravilhoso esta manifestação do folclore pernambucano, desde a música com o seu som característico produzida pelos tocadores da rabeca, pandeiro, ganzá e reco-reco, que se parece muito com as toadas árabes. Os seus divertidos diálogos, suas danças parecem fazer parte de uma espécie de Teatro Mágico.

A história do Cavalo Marinho basicamente é a seguinte: os personagens Mateus e Bastião, que participam do início ao fim da brincadeira, são dois negros amigos, que dividem a mesma mulher, a Catirina, e estão à procura de emprego. Eles são contratados para tomar conta da festa. O espetáculo é costurado ou coordenado pelo Capitão, de quem se origina o nome do folguedo. O nome do capitão é Marinho e ele chega montado em seu cavalo, daí a história dá seu prosseguimento até o momento final, quando o boi é dividido entre os participantes numa grande farra. Ao todo são 76 personagens (humanos e animais), representados em 63 atos.

O espetáculo tem início quando os toadeiros tomam assento no "banco" (orquestra) e saúdam os donos do terreiro e o público. Os primeiros personagens a surgir são Bastião e Mateus, após eles, começa uma sucessão de personagens que vão se apresentando perante o público, que também participa dos diálogos e brincadeiras.

Entre os personagens ou figuras mais participativas do Cavalo Marinho estão os galantes e damas (que representam a elite que vem abrilhantar a festa), o Capitão (dono da terra ou chefe político da área), o Soldado (elemento opressor a serviço do poder), o Caboclo de Arubá ( entidade sobrenatural que canta todas as linhas de Jurema) e o Boi (presença constante na vida do homem do campo). São 6 os galantes e duas as damas.

Antigamente, como só homens dançavam o folguedo, eles se travestiam para representar estes personagens, hoje as mulheres conquistaram espaço tanto na brincadeira como na orquestra. As roupas são enfeitadas com fitas e espelhos e os chapéus têm abas horizontais adornadas com pingentes dourados.

O Capitão ou Mestre é o empresário do folguedo. Usando um apito ele marca o ritmo da música, ordena o início e o término da atuação dos figurantes. Em algumas partes da brincadeira conduz a armação em forma de cavalo e ostenta dragonas no ombro. O Soldado, apesar de usar boné caracterizando um militar, tem no seu traje uma mistura de farda com roupa civil.O Caboclo de Arubá usa calça comum, sem camisa, cocar de pena e óculos escuros. Já o boi é uma armação de tábua ou bambu coberto de tecido pintado com uma caveira de boi no lugar da cabeça que é revestida de papel e os seus chifres são adornados com fitas multicoloridas.

Outros personagens, não menos importantes, surgem no decorrer da brincadeira, contribuindo para o desenrolar do enredo, pontuado pelas toadas cantadas pelos ocupantes dos bancos. Cada integrante, interpreta três ou quatro personagens já que o total de figuras é de 76.
Nos versos que surgem no correr da brincadeira, foi incorporado um palavreado típico do homem da região. Expressões como REAR (ir embora), VAGEM ( lugar onde o boi é amarrado para comer), BARRER (varrer) e SAMBADA (festa, dança). O aspecto religioso está sempre presente no folguedo, no qual são feitas diversas saudações aos Santos e a Deus. O Real, o Fantástico e o Imaginário estão presentes em todo o espetáculo do Cavalo Marinho.


Bem, acho que por isso eu só conhecia a 1ª cena. Não fazia idéia que era assim, tão cheio de detalhes...





CENA I(O Cavalo marinho a dançar e o Coro)

Coro:

Cavalo-marinho
Vem se apresentar,
A pedir licença
Para dançar.
Cavalo-marinho,
Por tua atenção
Faz uma mesura
A seu capitão.
Cavala-marinho
Dança muito bem;
Pode-se chamar
Maricas meu bem.
Cavalo-marinho
Dança bem baiano;
Bem parece ser
Um pernambucano.
Cavalo-marinho
Vai para a escola
Aprender a ler
E a tocar viola.
Cavalo-marinho
Sabe conviver;
Dança o teu balanço
Que eu quero ver.
Cavalo-marinho,
Dança no terreiro;
Que o dono da casa
Tem muito dinheiro.
Cavalo marinho,
Dança na calçada;
Que o dono da casa
Tem galinha assada.
Cavalo-marinho,
Você já dançou:
Mas porém lá vai,
Tome que eu lhe dou.
Cavalo-marinho,
Vamo-nos embora;
Faze uma mesura
Á tua senhora.
Cavalo-marinho,
Por tua mercê,
Manda vir o boi
Para o povo ver.









Nota da autora:
Hahahaha...

Estou sintonizada com a arte (digo isso porque o post de hoje não seria sobre Cavalo Marinho, o post sobre Cavalo Marinho seria o 3º)...

E ao ler o jornal vi um anuncio sobre a ‘Conexão Cavalo Marinho’.

É um evento que vai tem inicio em 18/12 e encerra no dia 21/12. São 8 grupos de Cavalo Marinho, 6 espetáculos de dança e teatro. As apresentações acontecerão no Teatro Hermilo Borba Filho, às 20h. A entrada é franca e as senhas começam a ser distribuídas às 19h.
o mais legal é que entre os grupos que se apresentarão tem um grupo de Olinda, o Cavalo MArinho Boi Matuto, que se apresenta no primeiro dia do evento.
Maiores informações é só clicar na imagem abaixo:

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Brincantes I

O Natal está chegando, é hora de falar sobre os Brincantes Natalinos.

E hoje começo uma serie de posts falando sobre os
brincantes natalinos: Pastoril, Cavalo-Marinho, Bumba-Meu-Boi, Reisado, Fandango, Queima da Lapinha.

O mais conhecido em Recife e Olinda é o Pastoril, mas atualmente não é mais tão comum ver apresentações, cada vez mais raras, mas as escolas e prefeituras ainda tentam resgatar a tradição natalina.

Existem dois tipos de Pastoril, o Religioso e o Profano
(confesso que conheci primeiro o profano).

O Pastoril é um folguedo popular dramático de origem européia, representado entre o Natal e a Festa de Reis (05 de janeiro), em vários Estados do Nordeste brasileiro. São cordões com diversos personagens, entre as quais as pastoras ou pastorinhas, que cantam e tocam maracá. De origem religiosa, também é denominado Presépio.

Segundo Pereira da Costa, o uso de Presépios em Portugal teve início no Convento das Freiras do Salvador, em Lisboa, em 1391, levantando-se no meio do templo uma armação representando o Estábulo de Belém, com figuras que representavam a cena do nascimento de Jesus.

Depois, já no século XVI, foi o assunto dramatizado, teve entrada no teatro e é talvez daí que vem o auto hierático português, de tão variados assuntos.

No seu Dicionário do Folclore Brasileiro, Luís da Câmara Cascudo assim define o Pastoril: cantos, louvações, loas, entoadas diante do presépio na noite do Natal, aguardando-se a missa da meia-noite. Representavam a visita dos pastores ao estábulo de Belém, ofertas, louvores, pedidos de bênção.

Os grupos que cantavam vestiam de pastores, e ocorria a presença de elementos para uma nota de comicidade, o velho, o vilão, o saloio, o soldado, o marujo, etc. Os pastoris foram evoluindo para os autos, pequeninas peças de sentido apologético, com enredo próprio, divididos em episódios que tomavam a denominação quinhentista de "jornadas" e ainda a mantêm no Nordeste do Brasil.

No Brasil e mais precisamente em Pernambuco, segundo Pereira da Costa, o aparecimento do presépio vem, talvez, dos fins do século XVI, no Convento dos Franciscanos em Olinda, por iniciativa de Frei Gaspar de Santo Antônio, primeiro religioso a receber hábito no Brasil. Já Fernão Cardim, o Jesuíta, nos dá uma indicação em que talvez possamos detectar as origens do Pastoril brasileiro, por conta de uma representação em 1584, no dia 5 de janeiro ou no dia dos Reis, como consta num documento, também citado por Mário de Andrade em Danças Dramáticas do Brasil - 1º Tomo: "Debaixo da ramada se representou pelos índios um diálogo pastoril, em língua brasílica, portuguesa e castelhana, e têm eles muita graça em falar línguas peregrinas, maximé a castelhana. Houve boa música de vozes, flauta, danças, e dali em procissão fomos até a igreja com várias invenções".


O PASTORIL EM PERNAMBUCO

É curioso observar que nos séculos XVII e XVIII, os estudiosos não encontram referências importantes sobre o pastoril na Colônia, mas já no século XIX, concordam que houve abundância dos bailes pastoris, principalmente no Nordeste e notadamente, em Pernambuco e na Bahia, com publicações de textos, a exemplo de Sylvio Romero e Pereira da Costa.Para Mário de Andrade, é curioso observar que essa dança dramática não teve uma repercussão nacional (apenas no período oitocentista o pastoril teve seu brilho e apogeu), diferente dos presépios que se tornaram tradição em todo o país, talvez, como ele afirma, por ser um fenômeno de imposição burguesa. Assim no Recife e nas outras cidades do Nordeste, em frente aos presépios ou lapinhas, as pastoras cantavam loas, tornando o presépio não só forma animada, mas dramática, ao lado da representação estática da Natividade. Fica evidente que a dramatização do tema permitia uma fácil compreensão em torno do episódio do nascimento do Cristo. Desta forma, a cena tomava vida, com a introdução de recursos visuais e sonoros. Para Hermilo Borba Filho, essa dramatização traz a influência do auto sacramental espanhol, na sua forma literária.


PROFANO- RELIGIOSO

Ao enveredar por outros caminhos, o Auto Pastoril transforma-se em sincretismo profano-religioso, tornando-se, muitas vezes, em profano, com suas características que ressaltam a licenciosidade do Velho do Pastoril e a sensualidade das Pastoras.

No Recife, por volta de 1840, começaram a aparecer sociedades com o fim de dirigir com solenidade, brilhantismo e decência o natalício do Messias, por meio de representações teatrais, tais como a Sociedade Natalense e a Sociedade Nova Pastoril, conforme registra Pereira da Costa. Com a formação dessas sociedades, os pastoris passaram a ter uma forma literária, de modo que transformavam-se em espetáculos, contando com poetas, escritores e artistas que criavam letras e músicas. Dentre tantos que contribuíram nesse período, há que se destacar os irmãos Valença - João e Raul que apresentavam, quase todos os anos, um Presépio, assemelhado com os autos hieráticos oitocentistas. Ascenso Ferreira revela que, no Recife, o avô de João e Raul Valença encenou, pela primeira vez, um Presépio em 1865, no auge da Guerra do Paraguai. A tradição foi mantida até 1900 pelo pai dos dois irmãos compositores já citados, que após alguns anos de interrupção, assumiram a volta ao tablado do Presépio, no Sítio Valença, localizado entre a Madalena e o Zumbi, com as mesmas características de auto sacramental. Os personagens utilizados pelos irmãos Valença eram: Culpa, Libertina, Religião, Graça, Gabriel, Pastoras, Lusbel, Mestra, Diana, Contra-mestra, Eva, Argemiro, Monge, Flora, Herodes, Centurião e Cingo.

Fica claro também que, enquanto as sociedades tentavam manter um controle moral e religioso, evitando enxertos de cenas burlescas e licenciosas, os Pastoris ditos profanos abundavam nas pontas de ruas, alterados em suas formas originais, contando com a participação dos espectadores na animação das cenas, fugindo do enredo e da temática e, como diziam os mais arredios, irreverentes, licenciosos e imorais.

Os esforços das sociedades para manterem a seriedade do ato sagrado que se pretendia reproduzir, repercutia também na imprensa: os jornais da época censuravam o ar indecente de que se revestiam certos presépios, com opiniões que indicavam que a Polícia devia impedir as apresentações, no zelo pela moral pública e pelos bons costumes. Há registros, de 1840, dessas denúncias, por exemplo, no jornal O Carapuceiro, do Frei Miguel do Sacramento Lopes Gama, conhecido como o Padre Carapuceiro e por suas críticas de costumes na primeira metade do século XIX.

É certo que o Pastoril teve seu grande momento nos primeiros vinte e cinco anos desse século, sendo representado por iniciativa de leigos, mas sem perder sua ligação com festas religiosas, principalmente, como já foi dito, do Ciclo Natalino. Por outro lado, os Presépios sempre foram encenados por jovens e meninas de família, que paramentadas de pastoras angariavam prendas, como flores, bolos, perfumes, frutas, que se transformavam em prêmios dos leilões realizados em benefícios de instituições religiosas ou obras de caridade.A partir de então os pastoris se espalharam pelos bairros atraindo sempre um público certo e participativo e, evidentemente que, com mais licenciosidade, atraíam os homens. Dentro da estrutura do auto, as pastoras com seus pandeiros ou maracás, cantam e dançam ao som da orquestra de pau e corda mas sua formação dependia dos recursos financeiros do grupo. Algumas traziam pistão, trombone, clarinete, bombo. Outras se apresentavam com violões, cavaquinhos, com um instrumento de sopro solista.

No meio dos dois cordões, cada um comandado pela Mestra (cordão azul) e Contramestra (cordão encarnado), encontramos a Diana, vestida metade azul, metade encarnado. O Velho, conhecido como Bedegueba, mas que toma diversos apelidos é uma espécie de bufão, de palhaço de circo, que comanda as jornadas (cantos das pastoras) e se esparrama em piadas, numa atuação que ressalta o histrionismo, a improvisação. Seus diálogos com as pastoras são cheios de duplo sentido e, com o público, puxa discussão, brincadeiras, faz trejeitos e canta canções adaptadas às suas necessidades. Dentre os outros personagens do pastoril profano, também desfilavam o Anjo a Estrela do Norte, o Cruzeiro do Sul, a Cigana, além de outras figuras que aparecem ocasionalmente por influência do local, da região.Hoje o pastoril perdeu em sentido hierático e lírico, mas transformou-se num gênero popular de representação, diferenciado e que atingiu sua própria forma. Não é questão de involução, mas de interferência dos artistas populares que com os seus espíritos inquietos e brincantes conduzem esses folguedos.


"Nós somos do encarnado
A cor do nosso coração
Os nossos partidários
Quando entramos em cena
Vibram todos de emoção

Nós somos do azul
A cor do nosso céu de anil
Os nossos partidários
Quando entramos em cena
A todos sorriso mil. "

Religioso e Profano

PS:
Os destaques entre as festividades natalinas em Olinda vão para a Igreja de Nosso Senhor do Bonfim (1758) e para o Palácio dos Governadores onde ocorre o "Natal no Palácio", com apresentação de Auto de Natal, pastoris, danças folclóricas e corais.

PS¹:
Este ano uma exposição (Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco – MAC) de Presépios abriu o Ciclo Natalino de Olinda, no dia 09/12. A mostra reúne peças da coleção particular da atriz pernambucana Geninha da Rosa Borges, a coleção completa conta com quase 400 presépios. No MAC, estará exposta parte desse acervo, do qual fazem parte obras de artesãos de Caruaru, Tracunhaém e Petrolina, além de trabalhos oriundos de países como Japão, Tailândia, Estados Unidos, França e China.

PS²: Ao Clicarem nas imagens serão direcionados ao site de onde foram retiradas.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Estou chegando...


Olá, permitam que me apresente:

Meu nome é Cecília, tenho 26 anos, sou natural de Recife (nascida e criada), sou uma Canceriana convicta com Ascendente em Peixes e Lua em Libra (sabe lá o que isso quer dizer, mas pelo que li é uma combinação e tanto...).

Sou chocólatra, não recuso um sorvete, me desmancho por doce, adoro ouvir música e escrever, mas meus escritos saem no improviso, na hora da inspiração, no memento em que o coração bate forte, na hora da emoção, quase sem razão...

Minha família é meu alicerce, meu porto seguro, minha mãe minha é melhor amiga, tenho dois lindos sobrinhos (João de 6 anos e Matheus de 5 anos) e um afilhado maravilhoso (Nuno de 9 anos).

Tenho poucos amigos, falo naqueles amigos de toda hora, inclusive, ou principalmente, das horas difíceis, tenho muitos amigos com quem me divirto, alguns chamam de amigos de farra, falo pouco, escuto mais, sou chata, implicante, arengueira, impulsiva, emotiva, chorona, amiga, dona de uma personalidade forte e marcante, sincera, orgulhosa...

Gosto muito de viajar, passear pelo Recife e por Olinda, adoro ir à praia, seja durante o dia ou à noite, gosto de dançar, sair com os amigos, ir ao cinema e ao teatro...

Vocês devem está se perguntando o que estou fazendo por aqui, né?

Bem, é que recebi um convite do Carlinhos para contribuir com o blog.
O convite foi para falar dos folguedos de Natal de Olinda, mas como ainda não reuni todo material que acredito ser necessário vou começando com uma breve apresentação sobre mim e a divulgação de um projeto muito interessante que tem o nome de: Olinda Arte em Toda Parte’.

Este evento que movimenta as ladeiras de Olinda está na sua oitava edição esta celebrando mais um título concedido pela UNESCO à cidade que é Patrimônio Cultural da Humanidade e primeira Capital Brasileira da Cultura: o Título de Memória do Mundo.

O evento foi ‘aberto’ no dia 04/12 no Mercado da Ribeira e será encerrado no dia 14/12, além das apresentações culturais o público poderá visitar os 95 ateliês que abriram as portas para expor o trabalho de 311 artistas e artesãos, que moram na cidade ou a habitam temporariamente e também poderão apreciar os pratos especiais que chefes de vinte restaurantes da Cidade Alta estão preparando para servir durante o evento.

Este ano a grande novidade é o leilão beneficente ‘Ajudar É o Bicho’, que será realizado no sábado, dia 13, às 9h, no Convento de São Francisco. Cerca de 40 artistas participam da iniciativa, organizada pela psicóloga Sandra Valéria em parceria com o movimento Prudente Arte o Ano Inteiro. O dinheiro arrecadado pelas obras vendidas será destinado a ações em prol dos animais de rua do Sítio Histórico.


Divirtam-se!!!!

Participante do Olinda Arte em Toda Parte 2007.


PS:
Todas as imagens foram retiradas da internet.
Ao clicarem nas imagens serão direcionados ao site de onde foram retiradas.