"E quando a festa já ia se aproximando, como explicar a agitação que me tomava?
Como se enfim o mundo se abrisse de botão que era em grande rosa escarlate.
Como se as ruas e praças do Recife enfim explicassem para que tinham sido feitas.
Como se vozes humanas enfim cantassem a capacidade de prazer que era secreta em mim.
Carnaval era meu, meu."

(Clarice Lispector )







quinta-feira, 2 de abril de 2009

Que é, de fato, cultura?

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Prezado, compadre Carlinhos,

Acabo de ingressar em um Curso de Formação em Gestão Cultural para Pontos de Cultura. E, como o senhor sabe, gosto de definições, de etimologia e das provocações maiêuticas. Isso me traz até este Sítio intra-histórico d'Olinda, nesssa manhã de quinta-feira. Vim questionar essa palavrinha tão empregada por aí, sem preocupações maiores com o seu sentido último: Cultura.
Por isso fala-se em cultura antiga e moderna, cultura bizantina, egípcia, brasileira. Toma-se, até mesmo, erudição por cultura. Chamam-se, por conta disso, de cultos, aos homens letrados, e aos iletrados, de incultos. E, finalmente, tratam o folclore, os costumes, como se fossem sinônimos de cultura. Uma salada conceitual ou um sarapatel semântico?!

Que é de fato, cultura?

Não irei arriscar uma resposta de minha autoria, posto que não sou versado nessas coisas, mas, ando lendo um tal de Adolpho Crippa, MITO E CULTURA (Ed. Convívio, 1975), que traz certas luzes sobre o tema. Aos poucos, e com a ajuda e permissão do compadre, voltarei a este Sítio, para novas tertúlias e trarei um pouco do que este notável culturalista compreende sobre o sentido último da palavra cultura.

Sem mais,
despeço-me com um abraço fraterno.

Luiz Eurico,
seu compadre e amigo.

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Um comentário:

Carlinhos do Amparo disse...

Seja benvindo, Poeta. Vc sabe que quem bebe da água do Sítio d'Olinda não pode ficar muito tempo ser vir aqui.
Belo tema para um colóquio. Depois que me aposentei, ando meio afastado dos debates, e minha fama de filodóxo olindense anda meio desgastada rsrsrs. No entanto, pode vir. Falemos de cultura. Afinal estamos desde que nascemos dentro de uma. Creio que o próprio Adão, se me permite a Santa Madre Igreja e o Dom José (tóc, tóc, tóc, tesconjuro!), bem, o próprio Adão nasceu numa cultura pré-estabelecida pelo Criador de tudo.
Mas esse comentário já se alonga.
Quando o meu compadre desjar, pode vir prosear, que o Sítio anda meio abandonado mesmo.
Inté.
Abração.