"E quando a festa já ia se aproximando, como explicar a agitação que me tomava?
Como se enfim o mundo se abrisse de botão que era em grande rosa escarlate.
Como se as ruas e praças do Recife enfim explicassem para que tinham sido feitas.
Como se vozes humanas enfim cantassem a capacidade de prazer que era secreta em mim.
Carnaval era meu, meu."

(Clarice Lispector )







quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

AURORA DE ABELARDO, DA HORA, DA ARTE, DA VIDA!


Esse jovem quase centenário que dança, que brinca e que faz mesuras para as pastoras dos blocos é um dos maiores artistas desse país. Trata-se do escultor Abelardo da Hora, que honrou o Aurora dos Carnavais com sua presença ilustre. O carnaval agradece!

Abaixo, um pouco da sua arte (em imagens do google):





Curiosidades: Abelardo e a Várzea do Capibaribe

Em 1942, quando à frente do Diretório Acadêmico de Belas Artes, Abelardo comandava um grupo de alunos que pintava e desenhava paisagens nas matas do bairro da Várzea, quando seu trabalho chamou a atenção do industrial Ricardo Brennand que o contratou. Trabalhou para o industrial de 1943 até 1945, realizando vários trabalhos em cerâmica, jarros florais e pratos com motivos regionais em relevo e em terracota.
Nessa época, Francisco Brennand, filho de Ricardo Brennand, vendo-o trabalhar se interessou em fazer as primeiras tentativas de pintar cerâmica e desenhar.

2 comentários:

Rejane Martins disse...

Eu não conhecia Dom Abelardo, nem sua obra. Conhecê-lo a partir de ti e do carnaval-vida da Várzea do Capibaribe é uma alegria à parte. Fui atrás de outras obras do mestre - todas com doses enormes de vida concentrada e algumas (como as dos retirantes) exigiram mais tempo no olhar - emocionada por estar ali, vendo e vontade-de-ver-aquilo-ao-vivo! :) Mescla de mágica de obra e perseverança humana - Abelardo da Hora! No vídeo, evidentes delicadeza e respeito a tudo, por Abelardo e pastorinhas, a gente dança junto.
Te agradeço por mais essa, Eurico.

O Profeta disse...

Este pensador, viageiro entre Sois
Esta Ave pousada em mil embarcações
Este barco que passa sem vela ou remo
Esta arca repleta de vibrantes emoções

Esta mestiça flor de açafrão
Este ramo de espinhos cravados na mão
Esta alma que não ousa largar opinião
Este homem vestido de solidão

Ouvi um som profundo e breve
Vindo de uma perdida lembrança
Toquei de leve os trincos da memória
E senti o golpe frio de uma afiada lança

Boa semana


Doce beijo