"E quando a festa já ia se aproximando, como explicar a agitação que me tomava?
Como se enfim o mundo se abrisse de botão que era em grande rosa escarlate.
Como se as ruas e praças do Recife enfim explicassem para que tinham sido feitas.
Como se vozes humanas enfim cantassem a capacidade de prazer que era secreta em mim.
Carnaval era meu, meu."

(Clarice Lispector )







sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

FREVO D'OLINDA

Maestro Forró e Orquestra Popular da Bom ba do Hemetério



Requintas em mi bemol;
cinco clarinetas em si bemol;
dois saxofones-altos em mi bemol;
dois saxofones-tenor em si bemol;
sete trompetes em si bemol;
dez trompetes em dó;
dois tubas em mi bemol;
tuba em si bemol;
bombardino em dó;
caixa-clara;
caixa-surda,
pandeiro;
reco-reco,
ganzá...

Tudo isso em movimento,
dedos ágeis em colcheias, semicolcheias,
em fusas e semifusas,
vida-que-pulsa,
pulsa-que-pulsa
:
Frevo!
:
Frevo-de-rua, ou, rasgado,
gente que dança-que-dança,
que se empurra, que se lança, volta e avança.

Frevo-de-abafo (chamado frevo-de-encontro)
notas longas e pesadas, tocadas pelos metais,
para abafar os rivais;

Frevo-coqueiro,
variante do primeiro,
em notas curtas e agudas, bem no alto do pentagrama;

Lindo, o frevo-ventania!
palhetas sopram mil sons,
entre o grave e o agudo;

Frevo-de-bloco...
Ah, Saudade,
Batutas de São José,
Madeiras e Pirilampos...
O banjo-tenor do Narciso,
do mestre Lula da Várzea,
as flautas, violões, clarinetas da Escola João Pernambuco.

A marcha dos blocos líricos:

Um flamboyant debruçado sobre o rio
e as pastorinhas, felizes, sob um céu de anil...

E eu... lírico:

Eu... e você, minha flor,
Flor do meu Capibaribe,

"sem você, meu amor,
não há carnaval"

Vamos cair no passo e na vida!


***
Pesquisa sobre orquestras de frevo:

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